![](https://static.wixstatic.com/media/78e533_2b2cdd7c4ab34cc080ca1d2a3acb5025~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_552,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/78e533_2b2cdd7c4ab34cc080ca1d2a3acb5025~mv2.jpg)
Já fazia um bom tempo que eu não tinha mais um perfil no Instagram. Tanto tempo que eu não me lembro quando que eu desativei minha conta, mas vou chutar entre um e dois anos. Isso foi depois que o Snapchat me conquistou de vez e eu não via mais utilidade no Instagram. Desde o começo pensei que o Snapchat era bem mais democrático: vê quem quer e não tem número de seguidores e muito menos curtidas nos perfis e publicações dos usuários.
Twitter eu tinha abandonado por anos também, mas quando comecei a cursar jornalismo voltei a usar com o incentivo dos meus amigos “comunicadores” que ainda usavam a rede social e me questionei como é que eu não havia voltado a usar antes. Atualmente, o Twitter é minha segunda rede social preferida e onde eu me informo sobre basicamente tudo do meu interesse.
Mas e os cinco meses sem Facebook? Calma que eu estou contextualizando para chegar no assunto.
Tudo começou com Black Mirror, aquela série original Netflix (QUE CANCELOU SENSE8 FDP#S!) sobre uma sociedade cada vez mais dependente das tecnologias. A série chamou minha atenção pois sempre fui um adolescente “conectado” e que sempre se interessou por tecnologia, portanto, uma série mostrando os perigos do mundo tecnológico foi importante para me pôr a refletir sobre como eu estava usando a internet. Quando terminei de assistir todos os episódios eu sabia que precisava aplicar na prática alguma maneira de ir aos poucos diminuindo meu tempo de uso do universo virtual.
Decidi começar pelas redes sociais, uma das coisas que são criticadas na série. Como eu já não tinha Instagram, exclui meu Twitter e o próximo passo era o Facebook. Queria ficar só com o Snapchat.
Demorei para realmente tomar a decisão de desativar meu Facebook. Eu tinha quase 2 mil “amigos”, anos de uso, não seria fácil desapegar. Entretanto, cada vez que eu entrava no meu perfil e tinha uma solicitação de amizade de algum desconhecido, eu passava a gostar menos da rede social. Até que um dia, nas férias de janeiro deste ano, eu recebi a solicitação de um homem que morava na mesma cidade que eu (de acordo com o perfil) e que tinha meus melhores amigos em comum, mas eu não conhecia ele. Abri o grupo do WhatsApp com meus amigos e perguntei quem era aquele homem. Para minha surpresa (ou não) ninguém o conhecia também. Desativei meu Facebook.
Dias depois fui caminhar com uma amiga e ela me contou que outra amiga pensou que eu tinha bloqueado ela. “Por que você excluiu seu Facebook”, ela me perguntou. “Porque eu quero ter amigos na vida e não no Facebook”, respondi. E hoje umas das coisas que me irritam é alguém fala que conhece fulano porque tem ele no Facebook. Não. Você não conhece. Ter alguém no seu Facebook não significa absolutamente nada. Enfim, eu estava usando apenas o Snapchat.
E como foi a experiência de não ter mais um perfil no Facebook? Maravilhosa. Não vou mentir não. Foi muito bom. Meu tempo com o celular na mão foi reduzido só para ver snaps e no computador apenas para visitar sites do meu interesse (tecnologia, por exemplo). Eu me senti mais livre.
Apesar de tudo isso eu ainda gostava de estar conectado e a primeira rede social que me fez falta foi o Twitter. Criei um perfil de fã para me manter informado e comecei a pensar que eu poderia voltar a ter os outros perfis, só precisava eu próprio cuidar de quem eu aceitava, o que eu compartilhava, enfim, usar de maneira mais consciente.
Minha família e meus amigos mais próximos me pediam para eu fazer outro Facebook, porque eles sempre queriam me marcar nos comentários e compartilhar coisas comigo, mas eu não tinha mais um perfil. “Como é que você, futuro jornalista, não tem a rede social mais utilizada no mundo”, minha prima questionou. E de fato eu encontrava pessoas para entrevistar no Facebook, mas o que me fazia mais falta não era isso, afinal é só sair na rua que você encontra pessoas. O que me fez mais falta foi o lembrete de aniversários (é sério). Eu não lembrava mais a data de aniversário de ninguém e cheguei a mandar alguns parabéns atrasados, só quando alguém me lembrava do aniversário de tal pessoa, que já tinha passado.
Depois de alguns meses, decidi começar um Facebook novo, adicionando só quem eu conhecia, pensando duas vezes antes de compartilhar qualquer coisa, bloqueando as marcações, agindo de maneira mais consciente na internet, dedicando pouco tempo para ficar “rolando” o feed. Mas se era para voltar então eu iria voltar com tudo, até Instagram novo e agora eu tenho até esse site, tudo interligado com o mesmo nome de usuário: juniocelo.
Valeu alguma coisa ficar os cinco meses sem Facebook? Valeu sim. Eu aprendi a me desapegar da rede social e usá-la mais consciente de que o que estou publicando pode ser visto por todos, pode magoar alguém, pode não significar nada, pode não me agregar nada. Minha mãe disse que era só questão de eu próprio me policiar.
Afinal, é como o mundo se “encontra” hoje, por cliques e imagens virtuais. Se todos nós soubermos como lidar não tem porque não usar. Eu ainda quero acreditar na tecnologia, na internet e nas redes sociais como avanços, invenções que mais nos ajudam do que prejudicam. A tecnologia permite nos conectarmos com pessoas queridas que estão distantes, permite realizarmos várias tarefas de maneira mais rápida e o que temos que fazer é usar isso a nosso favor para aproveitar esse tempo “poupado” para viver a vida como ela é, sem curtidas. Como eu digo para o meu pai, o problema não é a internet, são as pessoas.
Komentar