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Ela é bela, pois mesmo depois de ter entrado nos “enta” ainda conserva uma aparência mais jovem (segundo fontes anônimas e não o filho que escreve). Ela é trabalhadora, pois começou a vida de empregada muito jovem, limpando casa e cuidando de crianças. Também trabalhou em fábrica, foi manicure e motoqueira quando entregava marmitas para um restaurante. Seu penúltimo cargo foi de operadora de telemarketing, onde se destacou e atualmente exerce a função de supervisora.
Finalizando a resposta do título, ela só não para em casa, porque até nos momentos de instabilidade financeira guardava dinheiro para sair aos finais de semana, nem que fosse só para comer um lanche na praça. Primeiro o trabalho, depois o lazer.
Mãe e supervisora, Gisélia nasceu e vive no interior de São Paulo. Filha de Celeste e Jamil, ela dividiu a casa da família durante a infância e a adolescência com mais quatro irmãos. No ambiente familiar o pai era alcoólatra e um dos irmãos era viciado em droga.
Na escola, ela nunca gostou de ler e estudar, mas terminou o ensino médio e assume que copiava as respostas de matemática de um colega da turma. Gisélia aproveitou sua adolescência se divertindo nas discotecas da cidade junto com suas amigas. Ela adora dançar e tem boas lembranças ligadas aos ritmos que tocaram nas décadas de 80 e 90. Quando eu não queria sair de casa ela dizia que na minha idade ela voltava tarde das festas e ia trabalhar logo depois sem reclamar.
Gisélia é descendente de italianos, costuma falar um pouco alto e tem um temperamento forte quando fica brava. Alta e vaidosa, ela procura sempre estar bem arrumada, mas ao mesmo tempo também é uma figura humilde que conversa bastante e dá conselhos. Aos finais de semana, ela adora tomar sol na beira da piscina e beber uma caipirinha à noite.
Seu casamento aconteceu há 21 anos enquanto ela estava grávida do primeiro filho (eu). Em 2008, com o filho pedindo um irmão, foi bastante corajosa e engravidou novamente. Em casa, junto com o marido, ela ensina o que é certo e errado, quais caminhos os filhos podem seguir e quais consequências podem ter.
Gisélia é organizada e a neura da limpeza da família. De vez em quando ela sai andando pelos cômodos da casa e joga tudo fora: papéis, lembrancinhas, objetos de decoração e o que mais entulhar dentro de casa. Na cozinha, apesar de não ser amiga do fogão, ela faz comidas saborosas e seu arroz branco é considerado o melhor da família (novamente, segundo fontes anônimas). Alguns familiares contam que antes ela só fazia miojo, mas eu sinceramente não lembro dessa fase. Uma vez por ano (e olha lá), ela faz um pavê de amendoim que é um sucesso.
Esse texto foi escrito originalmente para homenagear a minha mãe em 2016 e terminava assim:
Este ano é a primeira vez que ela vai passar o dia das mães longe de um filho (no caso eu). Não sei para qual lado é mais difícil. A ausência faz a gente dar mais valor e hoje eu tenho mais noção de quanto esse valor complexo de mãe pode ter. Ela vai chorar? Eu vou chorar? Vamos nos recordar desse dia? Ele não será especial só porque não estaremos juntos? São muitas emoções.
Quero dizer que tenho a história dela como exemplo para minha vida, que sinto saudades e que eu a amo muito. Neste domingo, Gisélia pode abraçar seu filho pequeno que está em casa e sua mãe Celeste com quem ainda pode contar em sua vida, assim eu também me sentirei abraçado e espero que ela se sinta abraçada por mim.
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