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Continuando as postagens sobre a quarta temporada de Black Mirror, vou contar as minhas considerações sobre o quarto episódio da temporada e seguirei a sequência postando um texto por dia. Os títulos dos meus textos são uma brincadeira com nomes alternativos que eu pensei para os episódios.
ALERTA DE SPOILER: tentarei não revelar coisas importantes sobre os episódios, mas posso dar alguns spoilers para explicar minhas opiniões. Portanto, se você ainda não assistiu continue lendo por conta e risco.
Penso que podemos considerar o episódio Hang The DJ como o San Junipero da quarta temporada. Ambos contam histórias de amor com casais protagonistas que conseguem alcançar um final feliz. Não quero fazer afirmações nesse texto, mas apesar do último episódio ser muito interessante, eu diria que o quarto é o meu favorito ou está logo atrás.
Amy e Frank se conhecem em um encontro marcado por uma espécie de Tinder da série, só que muito mais Black Mirror. O aplicativo promete encontrar a companhia ideal com 99,8% de certeza. Quando um casal é formado a tecnologia mostra por quanto tempo eles ficarão juntos. No primeiro encontro os protagonistas descobrem que ficarão juntos por apenas 12 horas.
Uma personagem do primeiro episódio da quarta temporada estava usando esse aplicativo em uma das cenas. LEIA AQUI sobre o episódio USS Callister.
Nosso casal do quarto episódio fica desapontado com as 12 horas, mas demonstram uma sintonia impossível de não ser shippada. Os personagens transmitem conforto e simpatia nos diálogos. O aplicativo também organiza tudo para eles: jantar, carona em um carro inteligente e até um quarto para o fim da noite. Imagina se o Tinder real investe assim.
Terminado o tempo do casal, eles se despedem e continuam a usar o aplicativo em busca de companhia. No entanto, eles ficam dependentes da tecnologia. O aplicativo se sobrepõe ao diálogo pessoal, pois eles conversam frequentemente com a assistente virtual, tirando dúvidas e pedindo conselhos. A assistente também da ordens para os protagonistas. Se um relacionamento vai durar ou não, é a tecnologia que dirá.
No segundo episódio a questão da tecnologia substituindo diálogos também aparece com um tablet entre mãe e filha. LEIA AQUI sobre o episódio Arkangel.
Mesmo em outros relacionamentos, Amy e Frank não param de pensar um no outro. Intencionalmente ou não, a série optou por mostrar a Amy tendo mais relações sexuais com parceiros diferentes do que o personagem masculino. Considero esse ponto importante pois abre espaço para pensarmos na mulher moderna que pode ter quantos relacionamentos ela quiser. Amy arrasou e saiu com vários homens bonitos.
Um tempo depois o aplicativo volta a unir a Amy com o Frank e podemos sentir que o casal está prometido, ou eu que torcia pelo menos. Como já revelei no começo do texto, o episódio tem um final feliz, mas acontece uma reviravolta muito Black Mirror. A tecnologia do episódio é mais exagerada do que parece.
Eu pensei que o aplicativo era algo mais próximo da realidade como um Tinder mesmo, apenas um pouco forçado por conseguir revelar a duração de um relacionamento. Só que mesmo na vida real as pessoas já definem quais relações não vão dar certo só de olhar para alguns perfis, julgando sem conhecer.
Na série, tudo que acompanhamos até o final do quarto episódio era uma simulação dentro do aplicativo. O casal era uma das 998 simulações que deram certo para a Amy e o Frank reais se conhecerem com 99,8% de serem o par ideal. Muito Black Mirror.
Esse é um episódio com uma exceção dos outros porque mostra que a tecnologia está certa e funciona, não se agravando com um final trágico. Por outro lado é triste pensar que um aplicativo realmente poderia dizer quem é o amor da sua vida de maneira sistemática e não natural. Quando a Amy e o Frank reais aparecem eu senti que não conhecia os personagens.
Agora se assim como eu você acredita com 99,8% de certeza que já encontrou sua companhia, com ou sem ajuda de tecnologia, tenho certeza que vai curtir esse episódio.
LEIA AQUI sobre o episódio Crocodile (S04EP03).
Acompanhe aqui no site a publicação dos textos sobre os próximos episódios.
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