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Cuidado de mãe: o S04EP02 de Black Mirror

Foto do escritor: Marcelo JuniorMarcelo Junior

Atualizado: 16 de jan. de 2018

Continuando as postagens sobre a quarta temporada de Black Mirror, vou contar as minhas considerações sobre o segundo episódio da temporada e seguirei a sequência postando um texto por dia. Os títulos dos meus textos são uma brincadeira com nomes alternativos que eu pensei para os episódios.

ALERTA DE SPOILER: tentarei não revelar coisas importantes sobre os episódios, mas posso dar alguns spoilers para explicar minhas opiniões. Portanto, se você ainda não assistiu continue lendo por conta e risco.

Na minha opinião o segundo episódio chamado Arkangel foi melhor do que o primeiro. Começando pelo grau de proximidade com a realidade. Uma tecnologia que ajuda a controlar os filhos me soa mais possível do que clones virtuais dentro de um jogo. LEIA AQUI sobre o episódio USS Callister.


Na segunda história acompanhamos uma relação de mãe e filha, Marie e Sara, respectivamente. O parto da menina foi complicado e a mãe quase perdeu a criança. Passado o susto, vemos que Marie é uma mãe solteira que cuida sozinha da filha. Um dia no parquinho, Sara se distrai com um gato e se perde da mãe que fica desesperada.


A menina é encontrada, mas Marie busca ajuda de uma tecnologia pioneira que promete ajudá-la a não perder a filha novamente. O programa Arkangel da um tablet para mãe conseguir localizar a criança e acompanhar ao vivo tudo que a menina vê, através de um implante na sua cabeça.


Também é possível ativar um controle que bloqueia visões perturbadoras das crianças, como brigas, sangue, pornografia e guerra. Essa tecnologia que bloqueia a visão de uma pessoa é exagerada, mas compreensível no universo de Black Mirror. No geral esse programa Arkangel já existe entre nós porque já é possível colocar rastreadores em pessoas e bloquear conteúdos adultos na televisão e na internet, por exemplo.


Não consigo me imaginar colocando um chip ou alguma tecnologia dentro do meu corpo. Em caso de eu ter um filho, também não pensaria em implantar algo nele, mas na série me coloquei no lugar da mãe que parece ter ficado com um trauma depois do parto e do sumiço da filha. Os acontecimentos a tornaram super protetora e aumentaram seu cuidado de mãe.


No entanto, quando a filha cresce podemos perceber que a tecnologia, apesar ajudar a mãe, acaba invadindo a privacidade e o livre-arbítrio de Sara. A menina é privada de ver até um cachorro latindo. Acredito que essa é a reflexão do episódio: até que ponto você usaria a tecnologia para proteger alguém? E essa tecnologia não seria invasiva?


No episódio, o sentimento materno de que algo está errado com os filhos vira apenas um alerta no tablet e a tecnologia parece limitar o diálogo entre mãe e filha, pois a mãe já sabe tudo que está acontecendo e não se preocupada em falar com a menina, apenas controla tudo pelo tablet. Dando um pequeno spoiler, Marie vê pelo tablet quando Sara perde a virgindade e o assunto de sexo continua um tabu entre as duas.


Um momento muito Black Mirror em Arkangel é quando a mãe desativa o bloqueio de visões perturbadoras e um amigo da Sara começa a mostrar lutas e pornografia pelo computador, ou seja, a menina se livra da tecnologia protetora, mas conhece as coisas com ajuda de outra tecnologia. Ela não precisa vivenciar para conhecer, apenas acessar tudo pela internet.


No fim, penso que a mãe só tentou fazer o seu papel e a filha teve uma adolescência rebelde normal, mas a interferência da tecnologia entre as duas não termina bem.


Acompanhe aqui no site a publicação dos textos sobre os próximos episódios.

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