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Iniciando as postagens sobre a quarta temporada de Black Mirror, vou contar as minhas considerações sobre o primeiro episódio da temporada e seguirei a sequência postando um texto por dia. Os títulos dos meus textos são uma brincadeira com nomes alternativos que eu pensei para os episódios.
ALERTA DE SPOILER: tentarei não revelar coisas importantes sobre os episódios, mas posso dar alguns spoilers para explicar minhas opiniões. Portanto, se você ainda não assistiu continue lendo por conta e risco.
Chamei o USS Callister de Nave Nerd por conta do protagonista Robert Daly (Jesse Plemons), criador do jogo de realidade virtual Infinity, ambientado no espaço com direito a naves e planetas desconhecidos. A partir disso você já pode imaginar o grau nerd do personagem. É impossível não comparar a ambientação com o universo de Star Trek. Acredito que o episódio foi uma alternativa para Black Mirror atingir esse público fã do espaço. Já existem ainda rumores sobre o USS Callister se tornar um spin-off da série.
Quando cliquei no play me assustei com a duração do episódio: 76 minutos é muito Black Mirror. No começo eu senti pena do Daly. Sua personalidade nerd parecia afastar as mulheres e seu sócio ganhava as custas do seu trabalho. Daly transmitia não ter amigos e uma vida social. Até no jogo que é online e multiplayer ele jogava offline em uma versão do jogo baseada em um programa de televisão que ele gostava chamado Space Fleet. Entretanto, pelo menos na sua versão ele era um comandante respeitado por todos.
Penso que o episódio aborda a questão de fugir da realidade imergindo em jogos virtuais, ou então o vício interferindo na vida real. A tecnologia de imersão lembra aquela do episódio Playtest da terceira temporada. Dessa vez a história também mostra consequências mais sérias depois. Robert Daly não segue como um coitado ou uma vítima. Eu diria que ele é no mínimo louco, controlador e perverso. Os outros jogadores que Daily comanda são clones virtuais de seus colegas de trabalho.
Na série, Daly consegue criar esses clones a partir do DNA das pessoas. O clone é inserido no jogo e lá eles ainda carregam suas lembranças da vida real, como se de uma hora para outra você acordasse dentro de um computador, mas na verdade sua forma real continua vivendo lá fora. Eu sei que a série exagera em alguns pontos para nos fazer refletir, mas quando mistura o biológico com o digital eu acho muito forçado. Eu ainda não acredito que será possível transferir nossas mentes como códigos para computadores.
Como é Black Mirror então pode. Daly copia uma nova funcionária e ela acorda presa no jogo. Quando percebe o que aconteceu ela começa a fazer planos para fugir do controle do comandante. Com um rápido acesso a internet dentro do jogo, o clone entra em contato com o exterior para pedir ajudar. A parte legal começa com a sequência do plano de fuga que anima o episódio. Daly não quer perder seus clones e sua prioridade com o jogo tem uma consequência trágica para ele na vida real.
Soltando um spoiler, o plano do clone da funcionária da certo e ela fica como a nova comandante quando todos escapam. Isso me fez pensar que o clone pode ter revelado uma ambição da mulher que era poder substituir o Daly na empresa. Pelos menos no jogo podemos ver uma representação feminina no comando.
Acompanhe aqui no site a publicação dos textos sobre os próximos episódios.
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